Lendas e mitos típicos das cinco regiões brasileiras
Influências de negros, indígenas e portugueses só poderia criar lendas e mitos
riquíssimos como o do boto, da cuca, do curupira e outros mais.
Região Norte: Boto
Ao cair da noite, um homem muito belo se levanta das águas de um rio vestido inteiramente de branco. Ele é o boto, um formoso conquistador de jovens mulheres. Seu look é completado por um chapéu branco para disfarçar seu nariz grande – única coisa que confessa o contorno do seu corpo original. Seu charme e elegância são tamanhos que ele enlouquece todas as meninas da região em noites de festa junina, se transformando no mais requisitado homem da festividade. Ele atrai uma bela donzela desacompanhada, a leva para o fundo do rio e, ali, a engravida. Na manhã seguinte, volta a sua real natureza. Acredita-se que esta fábula era utilizada por mães solteiras para disfarçar sua situação que, em épocas passadas, era considerada degradante. A expressão “filho de boto” vem dessa história.
Região Nordeste: Cuca
Quando se pensa em Cuca, logo se lembra da personagem de Monteiro Lobato. Mas, apesar do autor morar no interior de São Paulo, a lenda da bruxa tem origens nordestinas e portuguesas. A Cuca foi inspirada em um dragão de lendas lusitanas, o coca. Com a colonização, a história se transformou no mito de uma velha muito feia, com feições de jacaré, que saia pelas ruas roubando as crianças malcriadas. A fábula era usada principalmente para fazer os menores dormirem. A frase “a cuca vem pegar” faz parte do imaginário e da tradicional musiquinha “nana neném”.
Região Centro-Oeste: Romãozinho
Crianças levadas são um tema muito recorrente entre as lendas brasileiras. Isso porque a maior parte desses mitos eram usados para fazer as crianças desobedientes tremerem na base! Uma das mais conhecidas para as crianças do centro do Brasil é a lenda do Romãozinho. Nela, um menino fica encarregado de levar um pacote com o almoço de seu pai, que a sua mãe preparou. No caminho, ele come toda a comida e só deixa os ossos do frango. Ao entregar o embrulho ao pai, diz que a sua mãe comeu tudo juntamente de um amante e só enviou as sobras para ele. Enfurecido, o pai volta para casa e mata a esposa. A mãe, que não tinha culpa nenhuma, joga uma maldição sobre o filho: ele nunca morrerá e ficará vagando eternamente, sem jamais crescer. Alguns acreditam que, até hoje, a criança fica vagando por aí, fazendo todo tipo de peripécias, travessuras e malvadezas.
Região Sudeste: Curupira
Em outras regiões do país, essa lenda é conhecida como caipora, mas as características são as mesmas: um menino (ou anão) levado, de cabelos vermelhos como fogo e com pés invertidos (calcanhares para frente), que tem como tarefa cuidar da floresta e de todos os seus seres vivos. Esse mito se originou no estado de São Paulo com os exploradores da região. Os índios, muito astutos, não queriam ser capturados pelos portugueses e bandeirantes que, no século XVI, andavam pelas matas brasileiras em busca de indígenas para escravizar ou catequizar. Para enganarem os estrangeiros, os nativos marcavam o caminho com folhas, pedras e rochas e andavam de costas para deixar rastros ao contrário, forjando uma trilha ao inverso, sendo impossível de rastreá-los.
Região Sul: Negrinho do Pastoreio
Um dos temas mais frequentes do folclore brasileiro é o da escravidão. Existia todo um misticismo derivado do medo que os brancos sentiam da cultura africana e, do lado dos negros, uma vontade de expressar suas próprias tradições. A história do negrinho do pastoreio é de muita tristeza e perseverança. De acordo com a lenda, o menino era um escravo que trabalhava cuidando dos cavalos e com o pastoreio das terras de um rico fazendeiro. Certo dia, ele foi acusado de ter perdido um dos animais e foi açoitado por seu senhor. Depois de sofrer com a punição, foi comandado a procurar e trazer o bicho de volta, mas, como era inocente, não conseguiu cumprir a tarefa. Seu segundo castigo foi ainda pior: foi colocado pelado dentro de um formigueiro. No dia seguinte, o fazendeiro se surpreendeu ao encontrar o garoto montado no cavalo, sem nenhum ferimento e cavalgando livremente pelas terras da fazenda. Muitos acreditam que a história foi um milagre de Nossa Senhora da Aparecida em nome dos inocentes.
fonte: Vários sites e livros sobre lendas.
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